O Homem da Espada de Vinte Quintais é mais um dos contos que Adolfo Coelho foi recolhendo pelo país fora e descreve as façanhas do "Mama-na-Burra", um fortalhaço mais ou menos heroico que, aos sete tenros anos, já manuseava a tal espada de vinte quintais (uns 1200 quilos, nem mais nem menos) e parte pelo mundo em busca de aventuras. E encontra-as, claro, acabando por desencantar umas princesas encantadas e a conquistar as devidas recompensas.
É uma história interessante, embora esquemática (ou seja: dá pano para mangas a quem queira desenvolvê-la), e o que mais interesse me desperta é que o bom do Mama-na-Burra, sendo um valentão de bom coração, servindo-se da sua força para o bem, é sistematicamente ajudado... pelo demónio.
Imagino que os padres não devessem achar grande graça a quem contava esta história. E acho fascinante que uma história assim tenha sobrevivido a bem mais que um milénio de presença cristã em Portugal. O contraste com as histórias dos Grimm acentua-se mais um pouco.
Contos anteriores deste livro:
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