O Músico Estranho é um conto dos Irmãos Grimm cuja brevidade e final indiferente fazem lembrar a maior parte dos contos populares portugueses do Adolfo Coelho. O protagonista é um músico que vagueia sozinho pela floresta, onde lhe vão saindo ao encontro, atraídos pela música, os animais mais diversos, que ele engana e maltrata, não se percebendo bem se por medo (afinal, alguns desses animais são perigosos), se por simples crueldade. Assim, de resto, se revela boa parte da simplicidade do conto: tudo acontece porque acontece, sem grandes porquês nem comos, deixando a pairar uma certa sensação de gratuitidade. E o final, depois de os animais se terem concertado para se vingarem do músico (estamos perante uma fábula), acabam repelidos por um lenhador que o músico acaba por encontrar, após o que este se vai simplesmente embora, sem mais considerandos. Tudo muito esquemático, algo que se encontra com frequência nas histórias de Adolfo Coelho, mas que foi a primeira vez que encontrei aqui nas de Grimm, e que no fundo comprova que umas e outras são de facto duas facetas bastante próximas do mesmo fenómeno.
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