Este Ir de Viagem é mais um conto em que o prodígio de estupidez tenta fazer rir. Terá conseguido vezes suficientes para sobreviver na tradição popular e acabar recolhido e provavelmente alterado, pelo menos um pouco, pelos Irmãos Grimm, mas confesso-me imune a este tipo de humor. Ao ponto de nem esboçar um arremedo de sorriso.
Arranca com um filho de casa pobre que deseja ir de viagem e arranja um estratagema infalível para o fazer sem dinheiro: dizer sempre "não muito, não muito, não muito". Porquê? Ora, porque sim. Porque haveria de ser?
Claro que acaba por acontecer que a frasezinha é dita na pior altura possível, e em consequência o jovem leva uma surra. Depois pergunta a quem lha deu o que devia ter dito, e o surrador explica. A seguir, a cena repete-se várias vezes, e em todas o jovem diz o que era adequado dizer na última situação, não naquela em que está, acabando repetidamente surrado sem perceber que o contexto é tudo.
Sim, é tudo uma estupidez pegada. Há quem se divirta. Eu? Meh.
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