Pior: essa pergunta não tem resposta, pois uma coisa é um livro de 50 páginas e 3 contos conter uma história boa, outra é um livro de 500 páginas e 30 contos conter quatro histórias boas. O primeiro é claramente melhor que o segundo, mesmo tendo menos histórias a contar para o "vários".
Claro, tudo se resolveria com uma história muito boa, mas é frequente essa história não existir. E neste livro de Miguel Carqueija não existe.
Mas, a par de uma série de contos fracos, ou até maus, e um par de contos razoáveis, há aqui duas histórias boas: O que Existe Entre as Estações do Metrô e, sobretudo, Urros no Porão. Curiosamente, ou talvez não, são ambas histórias de horror, género a que me parece que o estilo do autor se ajusta melhor do que aos outros, e se esta coletânea tem uma qualidade é a de mostrar com certa clareza as várias facetas da escrita de Carqueija.
Dito isto, serão essas duas histórias suficientes para fazer com que a leitura de A Rainha Secreta e Outras Histórias (bibliografia) tenha valido a pena?
Está no limite, mas a minha resposta é não. Seria claramente sim se alguma dessas histórias fosse o prato principal do livro, por assim dizer. A história mais extensa, a que dá mais leitura, a que serve como âncora à volta das quais se aglomeram as outras. A que dá título ao livro. Mas A Rainha Secreta não passa do razoável, e um razoável a atirar para o fraco. Não acontece muitas vezes, mas neste caso o tamanho importa.
Em suma, esta é uma coletânea medíocre que contém um par de boas histórias. Não me bastou.
Eis o que achei de cada um dos contos deste livro:
- A Rainha Secreta
- A Casa do Medo
- O que Existe Entre as Estações do Metrô
- Não É Humano
- A Nave do Silêncio
- Não Pintem o Rosto do Palhaço
- Hiperespaço
- Urros no Porão
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