O Lobisomem (bibliografia) é mais um conto de horror sobrenatural de Hugo Rocha, desta feita ambientado não em Portugal, como tem sido habitual neste livro, mas em terras galegas. E pareceu-me um bom conto, descontando-se a virgulite de que o autor padece e que já se vai tornando habitual. Há nele uma ironia perante as superstições, as motivações e os medos das pessoas que, não sendo tão forte como em A Aposta, torna mesmo assim a leitura deste conto divertida, bem como um uso bastante bom do discurso direto, não só sem nenhum daquele tom declamatório tão frequente em autores medíocres, como também registando modos de falar rurais de uma forma que me parece genuína.
A história em si, por outro lado, nada tem de novo. Um grupo de homens, numa taberna de aldeia, discute um outro homem, que tem fama de lobisomem (e a mulher de bruxa), e conversa regada a vinho puxa conversa regada a vinho e decidem ir averiguar sobre a real natureza do homem, ou do monstro, ou do que seja. E dar cabo dele caso se venha a confirmar a monstruosidade. E se assim o planearam, assim o fizeram: lá foram campo fora até casa do homem averiguar ao certo o que se passava.
Nada de novo, nada de invulgar, nada de nunca visto. Mas executado com competência. Não é um grande conto, mas pareceu-me bom.
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