quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Em agosto falou-se de...

E cá estamos em setembro, a falar sobre aquilo sobre que se falou em agosto. A frase é arrevesada mas faz sentido. E inesperadamente para mim, este mês de agosto foi bastante melhor no que toca a leituras portuguesas do que eu estava à espera. Agosto, pensava eu, é o mês em que neste país tudo para, o mês em que as visitas aos blogues descem às vezes quase a metade do nível habitual noutros meses, e portanto se em junho e julho pouco se leu e comentou de português, em agosto o deserto deverá ser total. Não foi, mas disso falarei depois em mais detalhe, no fim das listas. Para já ficam as habituais notas sobre o lugar onde podem ser encontradas informações mais detalhadas sobre o que são estes posts e o link do costume para todos os posts marcados com a tag leituras fc, que os reúne a todos, passados, presente e futuros. E vamos às listas:

Ficção portuguesa:
  1. O Jogo, de Carmo Cardoso e José Machado (conto)
  2. Seis Drones, de António Ladeira
  3. Holocausto Lunar, de Sofia Guilherme Lobo
  4. O Farol Intergaláctico, de João Pedro Oliveira (conto)
  5. Expansão, org. Carlos Silva
  6. Shark Killer, de Bruno Martins Soares
Ficção brasileira:
  1. Sobre a Imortalidade de Rui de Leão, de Machado de Assis
  2. Mafagafo, vol. 1, org. Janayna Bianchi
  3. Sob a Luz da Escuridão, de Ana Beatriz Brandão (2x)
  4. Paraíso Líquido, de Luiz Bras
  5. A Fuga, de Herbert Silva Costa
  6. O Lado Real do Abstrato, de Caroline Fortunato (conto)
  7. O Chamado de Úlion, de José M. S. Freire
  8. Oráculo de Cristal, de Rodrigo Galves (2x)
  9. Corrosão, de Ricardo Labuto Gondim (2x)
  10. O Imortal, de Mauricio Lyrio
  11. Perdidos Para Sempre, de Nuno Morais
  12. A Era dos Mortos, volume 2, de Rodrigo de Oliveira
  13. Monstros Entre Nós, org. Davi Paiva (2x)
  14. Invasão Alienígena, org. Ademir Pascale
  15. O Ditador Honesto, de Matheus Peleteiro
  16. Ficções, nº 15, org. Dorva Resende
  17. Azul Cobalto e o Enigma, de Gerson Lodi-Ribeiro (conto)
  18. Absolutos, de Rodolfo Salles
  19. Lázaro - A Maldição dos Mortos, de A. Wood
Ficção portuguesa e internacional:
  1. Steampunk Internacional, org. ?? (2x)
Ficção internacional:
  1. O Poder, de Naomi Alderman (4x)
  2. Todos os Pássaros no Céu, de Charlie Jane Anders (3x)
  3. O que Acontece Quando um Homem Cai do Céu, de Lesley Nneka Arimah
  4. Opostos, de Jennifer L. Armentrout
  5. As Cavernas de Aço, de Isaac Asimov
  6. Segunda Fundação, de Isaac Asimov (2x)
  7. Surface Tension, de James Blish (conto)
  8. Mentes Poderosas / Mentes Sombrias, de Alexandra Bracken (2x)
  9. Farenheit 451, de Ray Bradbury (2x)
  10. Fúria Vermelha, de Pierce Brown
  11. Golden Son, de Pierce Brown
  12. Morning Star, de Pierce Brown
  13. Kindred: Laços de Sangue, de Octavia E. Butler
  14. Bloodchild, de Octavia E. Butler (conto)
  15. Felizes Para Sempre, de Kiera Cass (2x)
  16. The Cloven, de Brian Catling
  17. A Muralha das Trevas, de Arthur C. Clarke (conto)
  18. Poeira Lunar, de Arthur C. Clarke
  19. Caliban's War, de James S. A. Corey
  20. Zero K, de Don DeLillo
  21. O Tempo Desconjuntado, de Philip K. Dick (3x)
  22. O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle
  23. Runa, de Rodolfo Fogwill
  24. Um Sopro de Neve e Cinzas, de Diana Gabaldon (2x)
  25. Nas Asas do Tempo, de Diana Gabaldon
  26. Deuses Americanos, de Neil Gaiman
  27. Neuromancer, de William Gibson
  28. Light, de Michael Grant
  29. Os Humanos, de Matt Haig
  30. Um Estranho numa Terra Estranha, de Robert A. Heinlein
  31. Quando as Estrelas Caem, de Amie Kaufman e Meagan Spooner
  32. Flores Para Algernon, de Daniel Keyes (6x)
  33. A Incendiária, de Stephen King
  34. Celular, de Stephen King
  35. Justiça Ancilar, de Ann Leckie
  36. Solaris, de Stanislaw Lem
  37. Mortos Entre Vivos, de John Ajvide Lindqvist
  38. Nas Montanhas da Loucura, de H. P. Lovecraft
  39. O Advogado do Diabo, de Jonathan Maberry
  40. O Corpo Dela e Outras Partes, de Carmen Maria Machado (2x)
  41. Nightflyers & Other Stories, de George R. R. Martin
  42. Nada Enfurece Mais uma Mulher, org. George R. R. Martin e Gardner Dozois
  43. Ficção Científica: Os Melhores Contos, org. Romeu de Melo
  44. Cinder, de Marissa Meyer
  45. Perdido Street Station, de China Miéville
  46. Os Seis Finalistas, de Alexandra Monir
  47. Lágrimas na Chuva, de Rosa Montero
  48. O Meu Amigo de Outro Mundo, de Ross Montgomery
  49. The Malice, de Peter Newman
  50. Binti, de Nnedi Okorafor
  51. Home, de Nnedi Okorafor
  52. Arco-Íris da Gravidade, de Thomas Pynchon
  53. A Coroa do Demónio, de James Rollins
  54. Calamidade, de Brandon Sanderson
  55. Guerra do Velho, de John Scalzi
  56. A Invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick
  57. A Nuvem, de Neal Shusterman
  58. O Ceifador, de Neal Shusterman
  59. Piquenique na Estrada, de Arkádi e Boris Strugátski
  60. Cinco Semanas num Balão, de Jules Verne
  61. Cama de Gato, de Kurt Vonnegut
  62. Maelstrom, de Peter Watts
  63. Chronos: Viajantes do Tempo, de Rysa Walker
  64. Artemis, de Andy Weir (4x)
  65. A Ilha do Dr. Moreau, de H. G. Wells
  66. A Máquina do Tempo, de H. G. Wells (5x)
  67. All Systems Red, de Martha Wells
  68. Artificial Condition, de Martha Wells
  69. Marcas da Guerra, de Chuck Wendig
  70. Interferências, de Connie Willis
  71. Quando a Luz se Apaga, de Nick Clark Windo
  72. Thrawn: Alliances, de Timothy Zahn
Poesia brasileira:
  1. O Homem Que Subiu em Aeroplano Até a Lua, de ?? (João Martins de Athayde ou Leandro Gomes de Barros)
Não-ficção internacional:
  1. Alternate Worlds, de James Gunn
  2. Where's My Jetpack?, de Daniel H. Wilson
Pois é, como digo acima isto em agosto correu melhor do que eu esperava. Mesmo descontando a parte nisso que é ilusória, pois quando agosto começou o material no Ficção Científica Literária levava alguns dias de atraso e por isso há mais material do mês anterior a só aparecer no mês seguinte do que é hábito (há sempre algum material que salta o mês, pela própria natureza da coisa), os números foram não só consistentes como denotam algum progresso em praticamente todos os aspetos. E não, não é por eu ter descongelado a Lâmpada em finais de agosto, embora isso também tenha dado uma pequena contribuição, particularmente à lista brasileira: a vasta maioria do material que aparece nestas listas, em todas elas, nada tem a ver com a Lâmpada.

Começando pelo Brasil, regressámos às 19 obras mencionadas que já tinha havido em junho, mas com um detalhe: quatro delas foram mencionadas por duas vezes, o que ainda não tinha acontecido até agora. Ou seja: o número de opiniões subiu acima de 20, e vindas da Lâmpada foram só duas, uma das quais a um conto. Ah, sim, e de notar também uma raridade: uma opinião a um livro de poesia. Eu sei que é arriscado estar a fazer previsões, mas parece haver um crescimento sustentado no material brasileiro que é lido e comentado, em parte por haver várias publicações que se dedicam total ou parcialmente a isso. Já são números bastante aceitáveis, estes. Os brasileiros continuam a trabalhar bem.

Os portugueses nem por isso, mas aqui agosto marcou um crescimento bastante forte e sem qualquer intervenção da minha parte, pois as minhas leituras portuguesas continuam a restringir-se a outros géneros. Seis obras comentadas, às quais há que somar duas opiniões à antologia Steampunk Internacional que no mês passado incluí na ficção internacional mas este mês achei melhor autonomizar, e das quais só duas são contos. É, com a única exceção do mês de janeiro, o mês em que se falou mais de material português até agora, e em janeiro a Lâmpada estava bastante mais ativa do que esteve em agosto. Mais: ao contrário da maioria dos outros meses, desta feita todas as opiniões foram sobre obras mais ou menos recentes, o que também tem a sua relevância.

Sinal de que algo está a mudar para melhor? Não sei, mas suponho que veremos nos próximos meses.

Quanto aos comentários a material traduzido, há uma coincidência engraçada que é termos precisamente 72 títulos pelo terceiro mês consecutivo. Daniel Keyes e H. G. Wells são os mais comentados do mês, com seis cada, graças à publicação, no Brasil, de Flores para Algernon (inédito em Portugal) no caso de Keyes e de mais uma edição de A Guerra dos Mundos no de Wells, o qual também recebeu uma opinião a outro livro. A seguir vêm autores com 4 opiniões cada: Naomi Alderman e Andy Weir, cujos O Poder e Artemis, respetivamente, têm sido bastante lidos, este último apenas em Portugal, pelo menos por enquanto. Como se vê, foi um mês dominado não pela leitura de séries, como o anterior, mas pela de livros isolados, o que em princípio me parece mais saudável.

E quanto a agosto estamos conversados. Isto não chegou logo no início de setembro mas foi tão perto disso que não há diferença; para todos os efeitos, o atraso chegou ao fim. Que assim continue e venham as leituras de setembro. Até daqui a um mês.

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