domingo, 9 de setembro de 2018

Lido: Na Teia dos Meus Segredos

Para ser franco, já não me lembro, de todo, como este Na Teia dos Meus Segredos veio parar ao meu disco rígido. Quer dizer, eu sei de onde vem, porque a folha de rosto (sim, que a isto aqui ao lado não se pode dar propriamente o nome de capa) o diz. Vem de um concurso de escrita criativa integrado numa iniciativa de busca de "Novos Talentos" de alguma forma ligada ao site educare.pt, por sua vez propriedade da Porto Editora. E foi publicado em 2001 em PDF, e imagino que disponibilizado na internet. Mas não me lembro da iniciativa, não me lembro do motivo por que baixei o PDF para o meu computador, não me lembro de nada. Por isso, quando dei com este conto de Marta Jacinto Uva, o primeiro pensamento foi "mas que raio é isto?!" e o segundo foi mais ou menos que só saberia que raio era aquilo lendo. Portanto li.

E fiquei na mesma sem saber o que raio era aquilo.

Mas fiquei a conhecer o conto. É um conto adolescente, em todos os sentidos, que parece ter sido publicado tal e qual foi entregue, sem um mínimo de revisão que evitasse os erros ortográficos (ex: "côco"), os múltiplos pontos de exclamação, as redundâncias (ex: os diálogos são indicados por travessão e por aspas... sim, ao mesmo tempo), a paginação bizarra, por aí fora. A qualidade do português é deficiente e o único ponto positivo que encontro no conto é parecer honesto, só que isso de pouco serve porque essa honestidade lhe dá mais ar de desabafo, do derramar para o papel de sentimentos de perda pela morte de gente querida, do que propriamente de ficção. Ora, a literatura que me interessa não é assim, e foi principalmente por isso que não gostei deste texto. Para mim, a literatura é tanto mais interessante quanto mais consegue integrar os sentimentos que pretende transmitir numa efabulação exterior ao umbigo do autor, universalizando aquilo que é pessoal (pelo menos no que toca à prosa; a poesia tem outras regras). E este texto é umbiguista por inteiro.

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