sexta-feira, 17 de maio de 2019

Lido: O Rei do Submundo

Sempre que se fala de poesia, eu repito o mesmo mantra: não é coisa de que eu perceba muito. No entanto, sei ver se um poema tem rima, que rima tem e se é banal ou invulgar, sei avaliar a métrica e consigo ter uma opinião estética do todo, obviamente mais subjetiva que o resto.

Por isso posso dizer que O Rei do Submundo (bibliografia), um poema fantástico de Emanuel Madalena, não é grande coisa, tecnicamente falando. Embora os versos tenham todos um tamanho semelhante (e longo), o que faz supor que a ideia seria torná-los metricamente uniformes, provavelmente em dodecassílabo ou coisa que o valha, na realidade a métrica é irregular. A rima também é bastante pobre, chegando a haver repetições sucessivas. A segunda estrofe, por exemplo, tem rimas em distante / brilhante / donzelas / belas / donzelas / belas / dançares / lugares / belas / donzelas / formosa / honrosa. Ugh!

De resto, trata-se de um daqueles poemas com ambições épicas, que contam uma história. No caso a história é de amor sobrenatural, entre o tal Rei do Submundo (não se percebe lá muito bem se é mesmo o diabo, se alguma espécie de vampiro) e a donzela que ele escolhe. A história é razoavelmente simpática. Mas quando se faz as contas ao todo, o resultado é fracote.

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