Não tenho muito a dizer sobre este conto de Mário Cláudio. Há contos que se leem com agrado mas causam um impacto tão inexistente que se esquecem num ápice e este O Passeio da Tarde é uma dessas histórias. Ambientado entre o Porto e a Holanda, protagonizado por judeus portugueses que, na Holanda, se tornam criados de judeus holandeses, é um conto impecavelmente escrito que pretende, e consegue, esboçar o retrato de uma certa vivência. É um bom conto: faz na perfeição aquilo que, segundo me parece, pretende fazer. Mas também é um conto que não (me) aquece nem arrefece. Um conto indiferente. Não um conto aborrecido, note-se; enquanto durou a leitura não foi causa de bocejos. Mas terminada a leitura, virada a última página, o cérebro está pronto a expulsá-lo para bem longe da memória por não ter encontrado nele nada de realmente interessante.
Às vezes, maus contos podem ser interessantes ou ficar na memória por outros motivos (até por serem muito maus, simplesmente). Outras vezes, bons contos podem não ter interesse rigorosamente nenhum. Não me lembrarei deste conto. Mas é bom.
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