Ah, mais um conto sobre o Polegarzinho. Fica assim desfeito parte do mistério que me fez estranhar o outro: parecer-me uma versão abreviada de um dos contos da minha infância. Aparentemente, o conto que eu li em miúdo foi uma fusão destes dois contos, eventualmente retirando umas partes e pondo outras. Mas só aparentemente: para ter certezas seria preciso reler aquele que para mim é o original (e já não me lembro lá muito bem de onde ele está... mas ainda deve andar cá por casa).
Mas adiante.
As Viagens de Polegarzinho, conto que já de si foi construído pelos Irmãos Grimm a partir de vários contos que, segundo eles, se complementam, é uma história de aventuras fantásticas vividas pelo minúsculo protagonista, cheio de peripécias para as suas quatro páginas. O Polegarzinho deste conto é uma personagem semelhante mas não idêntica à do outro. É menos vigarista, para começar, embora se mantenha corajoso e desembaraçado e, tal como no outro, apesar de se meter em variadíssimos assados ao longo das suas aventuras no fim acaba por se sair bem. Há nestes contos ecos do João Sem Medo, e neste há também o que me pareceu ser um eco longínquo da lenda de Jonas, aquele que foi engolido pela baleia (embora o bicho que engole o Polegarzinho seja uma prosaica vaca), e embora eu continue demasiado submerso no encanto que as histórias do Pequeno Polegar exerceram sobre mim antes mesmo de aprender a ler para ser realmente objetivo na forma como encaro estes contos, uma coisa é certa: dos mais de quarenta contos já lidos neste livro este inclui-se entre os que mais me divertiram.
Contos anteriores deste livro:
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