quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Também já anda por aí...

... a segunda parte de Sangue & Fogo, a minha mais recente tradução do George R. R. Martin.

E não tenho muito a acrescentar ao que disse quando foi publicada a primeira parte.Não há assim tantas coisas que sejam específicas deste segundo volume, à parte o facto de ele se debruçar sobre um período diferente, com outros protagonistas e outras personagens secundárias.

Por outro lado, o facto de se debruçar sobre um período diferente, com outros protagonistas e outras personagens secundárias, leva a uma clara mudança de tom neste segundo volume. Se o primeiro corresponde sobretudo a uma época de esperança, prosperidade e consolidação do poder Targaryen em Westeros, este fala de um período conturbado, em que a velha dicotomia entre a grandeza e a loucura na família Targaryen, que já conhecemos desde a relação entre Daenerys e Viserys n'A Guerra dos Tronos, causa um sem-fim de problemas, uma guerra civil devastadora, a morte de muitos dragões e por aí fora. Não, descansem, não são spoilers: já tínhamos ouvido falar deste período ao longo das Crónicas de Gelo e Fogo e o que aqui existe de novo são os pormenores e uma solidificação das personagens, que deixam de ser protagonistas de velhas lendas para se transformarem em pessoas tridimensionais à boa maneira do George R. R. Martin.

E por falar em personagens tridimensionais, há uma, em especial, que me deu um particular prazer a traduzir. Os leitores vão neste livro travar conhecimento com mais um dos fabulosos anões de Martin. Este, conhecido como Cogumelo (compreenderão porque lhe chamam assim), é usado pelo meistre que escreve a história como fonte primária dos acontecimentos durante as épocas mais conturbadas. Mas o Cogumelo é um bobo da corte e por isso a sua narrativa é com frequência pouco digna de confiança (ou será, pelo contrário, a mais exata de todas?) e, com mais frequência ainda, escabrosa e escandalosa. O Cogumelo é um malicioso e essa malícia é muitas vezes simplesmente deliciosa. Faz lembrar o Tyrion, sim, com o mesmo tipo de verve rápida, mas ao mesmo tempo é diferente, mais grosseiro (ainda) mais irreverente (ainda). Julgo que se vai tornar com facilidade um favorito do pessoal.

E agora, que venha o próximo. Não me perguntem é quando, que sei tanto como vocês. Quando o Martin o escrever, suponho.

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