O Polegarzinho, ou O Pequeno Polegar, como estava intitulado no livro em que conheci esta história pela primeira vez, é um dos contos da minha infância. Não nesta versão dos Irmãos Grimm, mas numa versão um pouco diferente, mais longa, ilustrada (não profusamente, como os livros muito infantis costumam ser, mas ilustrada) e destinada ao público infantil. Quando o conheci ainda nem sabia ler — o conto foi-me lido pelos meus pais — mas mais tarde li-o várias vezes, até o saber quase de cor. Com o passar dos anos esqueci-me quase completamente dele, mas ao reencontrá-lo aqui houve coisas que voltaram com grande clareza à memória. E, apesar de me ter parecido desde que comecei a leitura que algo não era exatamente como devia ser (isto é, que havia diferenças entre esta versão e a "minha"), a sensação de familiaridade foi intensa.
O Polegarzinho é um miúdo que nasce a um casal até aí estéril, mas tão pequeno que nunca chega a ultrapassar o tamanho de um polegar. No entanto, apesar do tamanho, é um miúdo extraordinariamente esperto e desembaraçado, e não hesita quando chega a hora de partir à aventura. Nesta versão dos Grimm, é também mais que um pouco vigarista, mas não me lembro dessa faceta na "minha" versão, o que pode significar que não existe ou que existe e eu na época não a captei. Acho que um dia vou ter de reler os meus velhíssimos livros de contos infantis.
Com uma história tão entranhada na substância que me construiu não é fácil fazer uma avaliação de qualidade ou relevância, e nem vou tentar. Não vale a pena. Concluo dizendo apenas que mesmo nesta versão comparativamente abreviada dos Grimm é um conto invulgarmente complexo para o que é costume nas histórias populares, em especial tendo em conta que esta não é daquelas histórias que os Grimm compuseram a partir de duas ou três que acharam complementares.
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