quinta-feira, 9 de julho de 2020

Escrita de junho


Como seria de esperar, uma vez que neste momento estou em férias de covid (sim, o vírus não atingiu só o turismo. Toda a cultura foi afetada e parte dela foi pura e simplesmente arrasada, perante a completa inexistência do ministério. A minha área, não sendo a que apanhou mais pancada — essa é aquela cultura que depende da exibição em sala —, também levou com força e como consequência vou passar uns meses sem trabalho), este mês escrevi bastante. Em comparação com o que tem sido hábito, entenda-se.

Sim, que sou lento nisto. Não há nada a fazer. Nem quando a inspiração ataca a sério sou gajo para dispensar longas pausas para pensar e planear o que escrever a seguir e como. Há quem consiga despachar dez mil palavras ou mais num só dia (estou a olhar para ti, Brandon Sanderson); eu nunca logrei ultrapassar umas três ou quatro mil, mesmo nos momentos mais produtivos. Fitar a página vazia ou meio escrita como quem fita um poço onde sabe que existe água mas não está bem a ver como alcançá-la faz parte tão inextricável do processo como organizar mesmo as letras em palavras e estas em frases.

Pior um pouco quando me ponho a escrever coisas que exigem algo que tende a roubar muitíssimo tempo à escrita propriamente dita: pesquisa.

Tudo isto para dizer que escrevi mais do que tem sido hábito desde que recomecei a dedicar-me a esta coisa de alinhar palavras em frases e frases em páginas de ficção, mas nem por sombras se pode considerar que tenha escrito muito. Menos de 14500 palavras, ou o equivalente a umas 40 páginas e picos. O total do ano chegou a cerca de 150 páginas, o que já daria para um livrito, mas será certamente cerca do dobro quando o ano chegar ao fim, a menos que aconteça alguma coisa que estanque a produção. Como por exemplo pôr-me finalmente a rever o tal romance. É sempre uma possibilidade.

E que 14500 palavras foram essas? Pois terminei o conto de que falei no mês passado, que acabou por não ser conto mas sim uma noveleta, e dei início a outra história, a tal que está a exigir pesquisa, e que vai ser uma novela. Há de ser acabada agora em julho ou, no máximo, no início de agosto. E desta vez é mesmo para cumprir.

Daqui por um mês logo saberão se já está ou ainda falta alguma coisa. Duvido que saibam muito mais além disso; duvido que tenha mais alguma coisa a vos dizer nessa altura. O post sobre a escrita de julho deve ser bastante curto. Mas se querem saber se será curto ou comprido têm bom remédio: voltem cá no início de agosto. Até lá.

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