quinta-feira, 23 de julho de 2020

Irmãos Grimm: Os Três Filhos da Fortuna

Não sei ao certo se contos como este Os Três Filhos da Fortuna, que os Irmãos Grimm terão recolhido e alterado pouco, e em cuja nota dão conta de vários contos aparentados espalhados um pouco por toda a Europa, terão derivado de velhas farsas teatrais. Mas que parece, parece, uma vez que o seu enredo depende quase por inteiro de aceitarmos que existem algures no mundo pessoas prodigiosamente ingénuas, ignorantes ou estúpidas. Personagens de farsa, portanto.

A história aqui é mais uma variação da velhíssima história de tanta literatura popular, a do trio de rapazes que partem pelo mundo em busca de qualquer coisa ou a fim de cumprirem alguma tarefa. Aqui, vão em busca de riquezas, enviados pelo pai quando este sente a morte a aproximar-se, e providos apenas de um galo para um, uma foice para outro e um gato para o terceiro. A ideia é encontrarem algum lugar onde essas coisas sejam desconhecidas e ganharem bom dinheiro com elas. E conseguem, graças a vários prodígios de ingenuidade e/ou estupidez alheias. Especialmente os habitantes do reino encontrado pelo terceiro, o do gato.

Este é um conto de essência muito mercantil, cuja moral se poderia resumir no velho ditado tão amado por todos os chicos-espertos "em terra de cegos quem tem olho é rei". E que se conte como história popular, convenhamos, explica muita coisa sobre a cultura de certos povos.

Contos anteriores deste livro:

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