sexta-feira, 24 de julho de 2020

Mário-Henrique Leiria: Imagem Devolvida

Quem anda por aqui há algum tempo (bem... há bastante tempo) ter-me-á certamente visto falar dos Novos Contos do Gin do Mário-Henrique Leiria, o segundo dos seus livros do Gin. Mas como nessa época não fazia ainda comentários individualizados conto a conto (ou poema a poema ou até livro a livro), aglomerando-os num resumo semanal, talvez lhe tenha passado despercebida uma opinião antiga, que vem desde a primeira leitura do primeiro desses dois livros, os Contos do Gin-Tonic: sempre gostei muito mais dos seus contos do que dos seus poemas. Muito mais.

Pois bem, Imagem Devolvida é um poema, ainda que possa parecer uma coleção de quatro. Pelo menos é o que se pode deduzir do subtítulo de Poema-Mito que Leiria resolveu agregar-lhe. Um poema muito surrealista — não será por acaso que é precedido por uma espécie de introdução de Mário Cesariny — e muito disposto a ser interpretado e reinterpretado de mil e uma maneiras, cheio de detalhes que remetem à poesia concreta e acompanhado por várias ilustrações. Tudo muito vanguardista, como de resto era timbre do autor. Talvez demasiado vanguardista para mim. Sim, não gostei deste poema, ainda que seja o primeiro a reconhecer que de poesia pouco percebo. É questão de gosto, ou talvez de falta dele.

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