De temas pesados, saltamos agora para um simples triângulo amoroso. Um simples triângulo amoroso, claro está, ao jeito de Mia Couto, como se pode desde logo ver pelo próprio título. Amar à Mão Armada ou Armar a Mão Amada é mais um pequeno conto, este despido de quaisquer elementos fantásticos, no qual um tal Luciano, marido de uma tal Ermelinda, se perde de amores por uma polícia sinaleira, ocupação há muito caída em desuso e provavelmente desconhecida de boa parte das pessoas que lerem estas linhas (as minhas e as de Mia Couto).
O desenlace? Pouco importa. O que importa é o dilema, ou o conjunto de dilemas que o título já refere e a história desenvolve, e a forma caracteristicamente coutiana como a história é passada ao papel. O desenlace é tão pouco importante que a história abre com ele: «Parece que há uma única versão: Luciano foi dado ordem de despejo do coração de Ermelinda». Importante é se a história é boa ou não, e é, embora nada tenha de fantástico e eu, como é sabido, as prefira fantásticas.
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