A imaginação de que Mário de Carvalho dá mostras nestes seus contos passados no Beco das Sardinheiras parece estar diretamente correlacionada com quão divertidos consegue fazê-los, e no caso deste Chuva ao Domicílio uma e outra coisa estão em alta.
Começa a história quando aparece no beco um fiscal da câmara, seguido pouco depois por uns quantos trabalhadores. Parece que tinham encontrado um chafariz irregular, que terão de fechar porque não se pode andar assim a gastar água ao município sem pagar as taxas respetivas. Os habitantes do bairro rebentam em gargalhadas, convidam-nos a ir beber um copo e contam-lhes a origem e o motivo do chafariz.
É uma nuvem.
Não uma nuvem qualquer, mas uma nuvem pequenina que apareceu um belo dia a chover torrencialmente mesmo em cima da cabeça de um dos habitantes do Beco. Quando este se conseguiu livrar dela, feito pinto, passou a outro, e foi saltitando de cabeça em cabeça até que o engenho dos sardinheiros (poder-se-á chamar isto a quem ali mora?) logrou capturá-la, enterrá-la e dar bom uso à sua água.
Ao ler esta história, houve vários trechos que levaram ao sorriso aberto ou mesmo à gargalhadinha. É um conto divertido, imaginativo e bem escrito. Não tenho queixas a fazer.
Contos anteriores deste livro:
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