quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Água Viva

Seria possível em Portugal a existência de uma revista de discentes de um programa de pós-graduação em literatura que dedicasse um número inteiro ao fantástico na aceção lata do termo (i.e., não ao fantástico enquanto género literário mas enquanto rede que engloba os vários géneros a que eu às vezes gosto de chamar literaturas do imaginário)? Talvez fosse, se dinamizada por alguma das poucas pessoas que, na nossa Academia, têm mostrado interesse por essas literaturas. Mas duvido, e apresento como testemunha da minha dúvida a inexistência — que eu saiba — de tal coisa até ao momento.

Quanto ao Brasil não é preciso perder tempo com dúvidas. Existe. Existe, chama-se Água Viva e pode ser encontrada na internet, aqui. Isto, quanto à revista. Quanto ao número dedicado ao fantástico, ele também está online, aqui.

E encontram lá o meu nome. Não enquanto autor de artigo, mas enquanto gajo com opiniões.

Eu explico.

Aqui há alguns meses fui contactado pelo Rubens Angelo (o autor do artigo), dizendo que estava a pensar expandir um artigo anterior do Luiz Bras, focado nos erros comummente cometidos pelos principiantes na escrita de FC, agregando mais opiniões sobre erros cometidos e generalizando, isto é, sem os restringir necessariamente aos principiantes. Achei a ideia interessante e, como até tenho falado desse tipo de problema em algumas das opiniões que vou deixando por aqui, também achei que poderia ter algo a dizer. Vai daí, disse.

Tentei não ser óbvio. Isto é, tentei não repetir o que toda a gente diz, por mais verdadeiras que muitas vezes sejam essas queixas (e nem sempre são). Não consegui por completo. No mínimo, não consegui tão bem como o Luís Filipe Silva. E também não percebi que a minha participação ia ser publicada ipsis verbis (julguei que o Rubens fosse pegar nos pontos de cada um e fazer uma síntese), pelo que não me preocupei em aprimorar o texto. Há ali frases demasiado longas que podiam e deviam ter sido encurtadas para tornar mais clara a leitura. Mas não estou insatisfeito com o resultado. Não muito, pelo menos (um tipo que faz coisas e não está sempre pelo menos um pouco insatisfeito com aquilo que faz nunca será capaz de progredir).

Se tiverem interesse, o artigo está aqui. E sim, Candeias à parte é bastante interessante.

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