sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Irmãos Grimm: A Guardadora de Gansos

Leia-se aquilo que escrevi em prolegómeno ao conto anterior, que se aplica quase integralmente a este A Guardadora de Gansos. E não, não se trata aqui daqueles casos de histórias aparentadas que tão frequentes são nas histórias tradicionais, tanto nas suas versões originais — ou por outra, nas versões fiéis ao que se conta tradicionalmente, que versão original é um conceito bastante alheio à literatura popular — quanto nas versões trabalhadas pelos Irmãos Grimm.

Sim, que esta história é diferente. Mas está tão repleta de elementos que reencontramos na fantasia como a anterior estava. É a história de uma princesa que é prometida ao príncipe de um reino distante e parte para o reino deste a fim de se casar, acompanhada apenas por uma camareira. Ah, sim, e por feitiços e um cavalo falante, o que atenua um pouco a estranheza de não haver comitiva. Mas era necessário que assim fosse para que a história funcionasse.

É que a camareira é ambiciosa, não tem escrúpulos, e arranja maneira de se fazer passar pela princesa. Esta vê-se reduzida a guardadora de gansos, e o grosso do conto narra a forma como ela sobrevive assim e de que modo consegue provar que a outra é uma impostora e casar com o príncipe. E não, não há aqui qualquer spoiler. Isto é um conto de fadas; o final feliz faz parte das regras.

Não sendo dos mais interessantes destes contos, este não deixa de se contar entre os mais elaborados, com um enredo simples mas suficientemente enrodilhado para sustentar o interesse de quem lê (ou escuta), bastante longe das historietas rápidas de uma página e picos que por vezes aqui surgem também.

Contos anteriores deste livro:

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