Os Irmãos Grimm não o referem na nota que, como é hábito, agregam a este conto e na qual enumeram as ligações que encontram entre ele e outras histórias, tanto as presentes nesta compilação como as que constam de outras, mas parece-me que há qualquer coisa de Hércules neste O Jovem Gigante.
Porquê?
Porque tudo gira em volta da força física do protagonista.
Mas o conto começa por fazer lembrar O Pequeno Polegar (ou O Polegarzinho): o protagonista é tão pequenino que não ultrapassa o tamanho de um polegar, mas tudo muda quando é levado por um gigante, que lhe dá de mamar. Sim, parece que os gigantes produzem leite. E leite extraordinário, que com ele o protagonista vai-se lentamente transformando também num gigante.
E depois parte pelo mundo, em busca de aventuras, a cometer feitos de força extraordinária e a sobreviver assim, sem nunca deixar de se vingar de todos os que o desfeiteiam. E ainda são alguns os insensatos o suficiente para fazer tal coisa.
Não é uma história particularmente interessante, a meu ver, até porque termina sem terminar, abandonando simplesmente o protagonista em viagem de um lugar para outro. Mas tem pelo menos o interesse de funcionar um pouco como história de super-heróis, no que de resto não está sozinha. Os criadores do género de super-heróis inspiraram-se assumidamente em histórias como esta e nas mitologias de vários povos, e é sempre curioso encontrar nestas histórias dos Grimm algumas das raízes de uma série de outras coisas.
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