Este conto pouco tem a ver com o Halloween, o que talvez seja uma vantagem, fora o facto de se desenrolar n'"A Noite de Todas as Sombras", i.e., a noite de Halloween. Mas fora uma menção rápida ao barulho daqueles que andam pela noite a celebrar a festa, tudo o resto poderia passar-se em qualquer outra noite fria do ano.
A propósito, vai haver spoilers? Sim, vai haver spoilers.
Trata-se de um conto de horror muito curto e também muito fantasmagórico. E feminino, também; há uma enorme desproporção entre os contos sobre questões de maternidade escritos por mulheres e aqueles cujos autores são homens. Estes, quase não existem; aqueles, de forma mais clara ou mais velada, são bastante comuns.
Sara Farinha é clara, embora essa clareza só surja realmente no fim. Uma mãe que não o foi está sozinha em casa e é assombrada (fatalmente) pelo fantasma do nado-morto. Não sei é se resulta. Isto é, sei que comigo não resultou, tudo me pareceu demasiado apressado para que o conto chegasse a ter algum impacto. Mas eu não sou mulher, pelo que me falta a relação umbilical que só alguém com útero pode ter com este tema. Especialmente alguém que tenha passado por algo de semelhante. Portanto não sei como, ou sequer se, a condição feminina poderá afetar as opiniões sobre uma história que lhe diz tão diretamente respeito.
Não gostei muito? Não, não gostei muito. Achei o conto razoavelmente bem escrito, mas pouco mais. Porque esta é uma história que vive de uma emoção que não me conseguiu despertar. Mas tenho de me reconhecer incompetente para saber se será capaz de a despertar noutras pessoas. Ou seja, se é ou não um bom conto.
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