Um português típico, que não tem obrigação nenhuma de perceber patavina das peculiaridades geográfico-administrativas da Alemanha, poderá olhar para um título como Os Sete Suábios e, coçando a cabeça, perguntar a si mesmo algo como "o que raio é um suábio?", talvez seguido por "um anão?", se por acaso se lembrar da Branca de Neve.
Mas não. Um suábio é um habitante ou natural da Suábia, uma região no ocidente da Baviera, com fronteira com aquela parte da Áustria que se estica para oeste para confinar com a Suíça e que, ajuizando pelo exemplo desta história dos Irmãos Grimm (e esta parece ser mesmo deles, criada "a partir" de uma história popular), tem uma fama pouco abonatória entre os outros alemães.
Sim, que isto é uma farsa, e os sete suábios andam de viagem, armados com uma única lança gigante que todos seguram ao mesmo tempo, acometidos de sucessivos terrores com a visão das terríveis monstruosidades que lhes saltam ao caminho. Um besouro, uma lebre, coisas dessas. Um susto.
Não é grande coisa, esta história. Tem alguma graça, sim, mas é a graça do exagero que tudo torna absurdo, totalmente despida de qualquer espécie de subtileza. Distrai? Distrai. Provavelmente para isso a criaram, e se assim foi foram bem sucedidos. Mas não enriquece.
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