quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Charles Baudelaire: O Jogador Generoso

Não é muito memorável, esta história de Charles Baudelaire. Em parte por ser muito curta, talvez. Decerto também por se tratar de mais uma das muitas variações ao tema do acordo faustiano que saíram das penas dos criadores literários europeus (e não só) ao longo dos anos, o certo é que no tempo que decorreu entre a leitura e a escrita desta opinião (sim, vou um bom bocado atrasado) a esqueci quase por completo. Felizmente bastou uma releitura muitíssimo em diagonal para a recordar.

O que acima ficou dito não significa que este conto é desprovido de interesse. Não é; é um conto interessante que logra encontrar alguma originalidade numa ideia muito batida. O Jogador Generoso (bibliografia) é o diabo, e claro que há também um protagonista — em primeira pessoa — que perde a alma em troca da satisfação dos seus desejos. Mas ao contrário da maioria destes contos, nos quais o acordo é resultado de um engano ou de palavras irrefletidas, aqui o protagonista sabe perfeitamente ao que vai e faz o acordo com plena consciência e vontade. E é este o principal motivo de interesse desta história, a par, naturalmente, da sua qualidade literária.

Mas também é facto que eu a esqueci bastante depressa e isso também tem o seu significado.

Textos anteriores deste livro:

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