terça-feira, 16 de março de 2021

Mia Couto: No Zoo-Ilógico

Eis-nos de regresso às crónicas que o são mesmo com esta No Zoo-Ilógico, apesar de haver aqui uma tenuíssima camada de ficção a decorar a prosa. E é, de longe, a mais divertida das crónicas que Mia Couto incluiu neste livro (das lidas até agora, pelo menos), uma crónica em que o autor se diverte com as palavras e nos diverte com o seu divertimento.

A ideia é não só que a própria existência dos jardins zoológicos é ilógica, mas que os nomes que damos aos bichos também o são. Porque haveria de se chamar falcão a uma ave tão felina? Falgato não seria mais adequado? E como admitir que se chame leitão a um bicho tão pequenino, quando melhor seria chamar-lhe leitinho? E por aí fora. Este é um texto de humor e de amor pelas palavras, um texto em que Couto se serve dos trocadilhos tão característicos da sua prosa com o único fito de brincar, divertir-se e divertir quem o lê. Ou quase único, vá. Semiúnico. Há por aqui umas mensagenzinhas mais ou menos ocultas, também.

Textos anteriores deste livro:

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