Aqui, neste Entre a Missa e as Misses, encontramos um Mia Couto em modo comédia de costumes, e de uma forma bastante pura, sem nada de fantástico a temperar a história.
Tudo gira em volta de uma rapariga, o orgulho da família. Que só tem olhos para os estudos, sem qualquer interesse em coisas mais mundanas como namorados, ao ponto até de preocupar os pais por a verem tão alheada da ideia de constituir família. Mesmo linda como é, e em especial por lhe verem ideias de carreira que não são coincidentes com as suas. Que, já depois de empregada, passa a sair apenas para trabalhar e, aos domingos, para ir à missa. Prendada? Oh, sim, até em demasia.
Mas eis senão quando sucede algo que nada parece ter a ver com o resto da história: o pai é convidado pelo chefe para ir com ele a um concurso de misses. E o que lá encontra, ou melhor, quem lá encontra, deixa-o absolutamente chocado. De resto, o mesmo acontece com o chefe, ainda que por outros motivos. O que, por sua vez, deixa o pobre do pai à beira de um ataque de nervos.
É curioso ler Mia Couto neste registo. Não me parece que seja aquele a que o seu estilo muito próprio mais se adequa, mas é curioso. E tenho a certeza de que outros leitores acharão que é pena não escrever mais nele.
Textos anteriores deste livro:
O que faria no lugar do pai?
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