Logo quando o li, este conto deixou-me um tanto ou quanto desconcertado. Carlos Silva consegue criar bastante bem um ambiente de fantasia, mas depois o conto acaba de forma abrupta, sem nada que se pareça com uma resolução. Há finais em aberto, certo, mas isto é bastante mais que um final em aberto — é só abertura, sem qualquer espécie de final.
Como seria de esperar de uma história intitulada A Loja, a ação decorre numa loja. Mas esta é bastante peculiar, a fazer lembrar as lojas mágicas frequentadas por Harry Potter e seus compinchas (e não compinchas). De resto, não é só aí que se nota alguma inpiração potteriana, pois o final que não o é mostra o protagonista a ficar com um sabre, apesar de aparecer na loja para reclamar junto do lojista por causa de uma compra anterior, não porque desejasse tê-lo, mas porque se sente irresistivelmente atraído por ele. E eu lembrei-me logo da compra das varinhas mágicas, claro.
A coisa está bem feita, apesar do seu caráter um tanto ou quanto derivativo e de ser bastante curta, não passando de uma vinheta. Mas depois, puf, acaba deixando tudo no ar. E eu pensei cá com os meus botões: mas que raio de conto vem a ser este?!
O desconcerto durou até ler o conto seguinte na antologia.
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