quinta-feira, 11 de abril de 2019

Lido: Branca de Neve

E eis-nos chegados a mais um clássico. Quem não conhecer esta história, provavelmente em versão Disney, deve ter passado a vida debaixo de alguma pedra.

Mas aqui está o original. E é mesmo original, pois este Branca de Neve é um daqueles contos que os Irmãos Grimm escreveram "a partir de diversas histórias" populares. Uma obra realmente sua e não fruto de recolha mais ou menos adaptada.

Talvez por isso, está lá tudo o que já todos mais que conhecemos, e de uma forma muito semelhante à que conhecemos das adaptações mais ou menos movidas a Disney: a Branca de Neve, a madrasta/bruxa má com mania da beleza, o seu espelho mágico, os sete anões, o príncipe encantado, e por aí fora. Mas "muito semelhante" é uma coisa, "igual" é outra. Aqui no original, por exemplo, não há cá príncipes a beijar donzelas que se julgam mortas e a trazê-las à vida. O príncipe, de resto, é mais trapalhão que encantado. Ele ou os criados por ele. É que a Branca de Neve regressa à vida não com um beijo abusivo mas com um tropeço, um tombo e um bocado de maçã que se desaloja da garganta.

Também por isso, este é um conto particularmente bom. Há nele muito de arquetípico; como que corporiza em meia dúzia de páginas (bem, são um pouco mais que meia dúzia: dez) as principais características do conto de fadas, sem parte do que esta história tem de negativo em outras versões, quiçá mais conhecidas. Quem o lê na condição de leitor experiente dificilmente lhe encontrará alguma novidade, mas encontra uma espécie de origem. Alguns dos contos deste livro são assim. Pena é serem relativamente poucos.

Contos anteriores deste livro:

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