E continuamos em maré de crueldades e sacanices. O Nome do Diabrete (Rumpelstilzchen) é mais um daqueles contos que os Irmãos Grimm construíram a partir de várias histórias tradicionais pré-existentes e é mais um daqueles contos que começam em mentira e crueldade e terminam em injustiça.
Tudo começa com mentira. Um moleiro tinha uma filha bonita mas, não lhe chegando, tenta promovê-la mentindo que a rapariga era tão dotada que era capaz de fiar palha e transformá-la em ouro. Segue-se a crueldade: o rei ouve aquilo e decide pôr a rapariga à prova, encerrando-a numa sala cheia de palha e ameaçando matá-la caso ela não tivesse a palha toda transformada em ouro no dia seguinte.
É então que aparece o diabrete, que faz um acordo razoavelmente faustiano com a rapariga: salva-a mas não gratuitamente. Só que, rapariga salva, chega a hora do pagamento e esta não paga. O diabrete ainda lhe dá mais uma oportunidade, dispensando-a do pagamento se ela no prazo de três dias adivinhasse o seu nome. E ela adivinha... fazendo batota.
Este é mais um daqueles contos muito reveladores da psique alemã (embora os Grimm também deem conta de versões do conto em França e em alguns países nórdicos). Basta isso para o tornar interessante. Não propriamente agradável de ler, talvez, mas interessante.
Contos anteriores deste livro:
Fiche
ResponderEliminarmuito pequeno.
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