É por causa de historinhas como esta que Bruce Holland Rogers é tão bom escritor de contos muito curtos. Em Dinosaur, ele consegue, em muito poucas linhas, contar a história de uma vida inteira, ao mesmo tempo que reflete sobre o conformismo e a tensão que existe sempre entre esse conformismo, social ou qualquer outro, e a mais profunda natureza de cada pessoa... ou de cada criatura. E em muitas outras das suas histórias faz coisas semelhantes, sempre numa prosa elegante, muitas vezes com ironia e quase sempre com grande subtileza.
Dinosaur conta a história de um miúdo que queria ser dinossauro quando fosse grande. Pais e sociedade, naturalmente, encararam tal desidério com desagrado e rejeição, sugerindo-lhe outros rumos para a sua vida. Depois, o miúdo foi grande e não foi dinossauro. E depois foi velho... e nesse momento em que uma vida se completa, a verdadeira natureza dessa vida tem quase obrigatoriamente de vir à superfície.
Já perceberam que esta é uma ótima história, não foi? Pois é. Ótima.
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