Há certos contos que até podem ser bons, em termos de estrutura, do tratamento da língua, dessas coisas de que também se constrói a literatura, mas que assim que se leem logo se esquecem. São contos, normalmente, que trazem consigo uma forte sensação de "já vi isto em algum lado", ideias batidas, abordagens seguidas um sem-número de vezes por outro sem-número de autores e sem grande rasgo que os faça destacar-se do pelotão. No âmbito da literatura fantástica também tendem a ser contos muito seguidores dos preceitos e da mitologia cristãs, que por esse motivo se tornam ainda mais previsíveis. E A Missa das Almas (bibliografia), de Anatole France, é um desses contos.
Trata-se de um daqueles contos de fantasmas de ouvir contar, muito em voga na literatura de uma certa época, a qual mimetizava o que é comum acontecer em momentos de convívio, não necessariamente alcoólico (se bem que neste caso o era), nos quais as conversas dos convivas tendem a derivar para a narração de histórias. Aqui temos um sacristão filho de coveiro a contar ao narrador, presumivelmente o próprio France, uma história trágica de amor, morte e loucura. Algo que um número incontável de autores fez milhares e milhares de vezes.
Até é uma história bonita, daquelas de fazer palpitar os corações das donzelas oitocentistas... e provavelmente novecentistas e... hm... doismilistas? (como raio nos referimos às pessoas da nossa época?) E está tão bem escrita como seria de esperar. Uma história sobre uma velha senhora que um belo dia depara com uma missa espectral na igreja da paróquia, onde reencontra o amado há muito morto, o qual lhe explica o que é aquilo, e a história acaba tão tragicamente como seria de esperar. É uma boa história. Mas tão previsível, tão cheia de clichés, que se torna aborrecida.
Textos anteriores deste livro:
Trata-se de um daqueles contos de fantasmas de ouvir contar, muito em voga na literatura de uma certa época, a qual mimetizava o que é comum acontecer em momentos de convívio, não necessariamente alcoólico (se bem que neste caso o era), nos quais as conversas dos convivas tendem a derivar para a narração de histórias. Aqui temos um sacristão filho de coveiro a contar ao narrador, presumivelmente o próprio France, uma história trágica de amor, morte e loucura. Algo que um número incontável de autores fez milhares e milhares de vezes.
Até é uma história bonita, daquelas de fazer palpitar os corações das donzelas oitocentistas... e provavelmente novecentistas e... hm... doismilistas? (como raio nos referimos às pessoas da nossa época?) E está tão bem escrita como seria de esperar. Uma história sobre uma velha senhora que um belo dia depara com uma missa espectral na igreja da paróquia, onde reencontra o amado há muito morto, o qual lhe explica o que é aquilo, e a história acaba tão tragicamente como seria de esperar. É uma boa história. Mas tão previsível, tão cheia de clichés, que se torna aborrecida.
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