segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Lido: Bunker

Luiz Bras, neste livro, já apresentou contos, já apresentou textos que se podem perfeitamente ver como poemas, embora também possam ser vistos de outra forma, já apresentou textos mais experimentais e, com Bunker, apresenta um texto quase cénico, uma quase peça de teatro ou curta que, se vista de certa forma, mas se vista dessa forma, poderá ser enquadrada na ficção científica. E este quase não é causado apenas pela brevidade, mas também por exigir um encenador ou realizador com muita imaginação para ser realmente levado ao palco ou a alguma espécie de écran sem com isso se destruir o impacto do final.

Não que seja impossível. É apenas difícil. É um texto sobre um grupo de pessoas encerradas num bunker, sem saberem bem se o apocalipse, no exterior, já passou o suficiente para saírem dali. Ou talvez não, talvez seja uma história bem diferente. O final desvela mas eu não o farei aqui. Vou limitar-me a dizer que não gostei muito deste texto. Sim, é interessante, sim, o final tem impacto, mas faltou-lhe qualquer coisa. Talvez seja o meu já por várias vezes referido fraco gosto por ler textos teatrais, talvez seja o facto de eles me aparecerem sempre carentes de uma componente não literária que realmente os complete. Talvez. O facto é que este foi dos textos que menos me agradaram em todo o livro até ao momento.

Textos anteriores deste livro:

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