E eis-nos de volta às abundantes e geralmente curtas histórias de Alexandra Pereira, para falar brevemente de uma que não é tão curta como a maior parte das restantes. Apesar do título, Posição Yoguística nada parece ter a ver com yoga ou com posições, é uma daquelas histórias fantásticas que têm como tema prodígios do mundo natural. No caso, um cato, que vai crescendo desmesuradamente até atingir dimensões equiparáveis às de um estádio, e o que a autora conta é esse crescimento, os sucedidos que ele causa, e as consequências que tem, até quando finalmente atinge o seu inevitável limite. É uma história bem contada, numa atmosfera próxima do realismo mágico e com uma pegada que faz lembrar um pouco algumas das histórias do Mia Couto subtraídas dos típicos neologismos. Nada de muito novo — histórias deste género têm raízes tão fortes que uma das histórias tradicionais mais bem conhecidas, a história do Feijoeiro Mágico, se encaixa nele, o que de resto está explicitamente mencionado na de Alexandra Pereira — mas a autora sai-se aqui bem da sua variação pessoal ao tema.
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