quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Lido: O Robô que Desenha Monstros

E de repente, eis que Luiz Bras se deixa de hibridismos e apresenta um conto (bastante longo para este livro, com as suas três páginas completas) de pura ficção científica. O título, O Robô que Desenha Monstros, já o deixava adivinhar, mas o texto mesmo assim é surpreendente: é que este conto não é apenas FC, é FC hard.

Fala de robôs replicantes e da sua evolução, pois no universo criado neste conto cada geração de robôs constrói a geração seguinte, aperfeiçoando-a. O resultado é ao mesmo tempo surpreendente e absolutamente lógico. Mas, e isto é curioso, não é tão ameaçador do que se poderia supor (e do que é hábito neste tipo de ficções científicas em que a tecnologia foge ao controlo humano). A ameaça existe, mas é razoavelmente benigna, como se, no fundo, os robôs ultrassofisticados das sucessivas gerações desejassem apenas o que qualquer adolescente quer. Expressar-se. Ser relevantes. Os robôs de Bras, no fundo, são filhos da humanidade e é como filhos rebeldes que agem, contestando o status quo mas sem qualquer desejo real de destruir os pais e as obras destes. E é isso o que torna este conto muito curioso. Muito curioso mesmo.

Textos anteriores deste livro:

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