quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Lido: Triste e Leda Madrugada

E eis que, de repente, todas as fragilidades na escrita da Carina Portugal ressurgem em força. Acontece sobretudo quando ela se arrisca na prosa poética, e é precisamente isso o que faz neste Triste e Leda Madrugada, um conto bastante curto que, num tom de fantasia mais ou menos mitológica, romanceia a relação entre o dia e a noite. Antropomorfizando-a.

O problema principal, além das fragilidades mencionadas acima, é precisamente esse. A antropomorfização de fenómenos naturais tem velhíssimos antecedentes na mitologia humana, e consequentemente na sua filha primogénita, a literatura. De tal forma velhíssimos são os antecedentes e abundantes as histórias que a ideia se tornou cliché há séculos, pelo que só com uma grande quantidade de inovação, ou com uma enorme qualidade no manejo da língua, é possível escrever sobre o assunto com alguma frescura. E isso não acontece neste conto. É um conto bastante fraco; um ponto baixo no livro.

Textos anteriores deste livro:

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