segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Lido: Os Figos Verdes

Desde que comecei a ler este livro de Adolfo Coelho ando numa dúvida constante relativa ao grau de alteração a que o autor da recolha terá sujeitado as histórias recolhidas. Desde o início me parece que será decerto menor que as alterações que os Irmãos Grimm fizeram às deles (chegando estes ao ponto de fundir histórias de proveniências diversas para criarem aquilo que no fundo são histórias novas), mas sempre achei muito duvidoso de que não houvesse nenhumas, ou quase.

Esta história deixa-me convicto de que as alterações terão sido mínimas, resumindo-se a retoques no português e pouco mais. Porquê? Porque esta história é única, pelo menos até agora, pelo surgimento de apartes, claramente marcas da expressão oral da contadora da história, e há uma nota do autor a explicar que se trata de "parenteses dirigidos pela narradora a quem a escutava".

E de que tratam Os Figos Verdes? De um rei com uma filha caprichosa, que meteu na cabeça que haveria de ter figos verdes em janeiro, o que leva, obviamente, o rei a prometer que quem lhos trouxesse casaria com ela ou seria ricamente recompensado. É, como se vê, daqueles contos em que há um teste a ultrapassar em troca de uma valiosa recompensa, os quais têm longos, ilustres e muito pagãos pergaminhos (ouvi falar de Hércules aí ao fundo?), embora neste a Nossa Senhora faça várias aparições. É uma história interessante, comparativamente complexa e, com as suas três páginas, longa para o que é comum nestas histórias. Um daqueles contos tradicionais que dão pano para fartura de mangas.

Contos anteriores deste livro:

Sem comentários:

Enviar um comentário

Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.