Mais um poema que não me pareceu particularmente bom, este Reino de Luz (bibliografia) de Máximo Gomez é pelo menos simpático. À superfície é sem dar espaço para dúvidas um texto fantástico, cheio de criaturas e cenários das histórias infantis, mas se escavarmos um pouco mais fundo, e diga-se de passagem que o facto de haver aqui o que escavar é uma qualidade, descobrimos nele sobretudo um texto sobre a nostalgia da infância. Quem escreve grita que acredita na existência, algures, de toda a mitologia das histórias infantis (e aqui são claramente infantis, não populares), como quem diz que ainda tem em si a criança de outrora, só à espera de uma oportunidade para vir à superfície. Só desejando essa oportunidade de se voltar a maravilhar com as magias do mundo. Com um domínio mais firme da língua, maior qualidade e sofisticação no seu manejo, este podia ter-se transformado num poema realmente bom. As ideias estão lá. Não falta tudo, portanto.
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