Todas as Outras Histórias é isso mesmo: todas as outras histórias que se podem obter a partir de uma tiragem de tarot, ou melhor, da tiragem de tarot que terá originado as histórias anteriores. É um texto bastante confuso, cheio de sequências de cartas e personagens e histórias contadas de forma muito resumida, para o seguimento da qual talvez fosse necessário lê-la com as cartas distribuídas à frente. Sim, o conto é antecedido por uma página ilustrada com a respetiva tiragem, mas esta consegue ser mais confusa que a história: as imagens são muito pequenas e estão representadas a preto e branco; nada disto contribui para deixá-la clara. E a minha ignorância muito assumida sobre o tarot também não.
Apesar disso, é um conto eficaz a transmitir a principal ideia que Italo Calvino quer com ele transmitir: a de que qualquer tiragem de tarot permite deduzir (ou imaginar) uma miríade de histórias. E isto, digo eu, tanto se aplica às cartas quando usadas para o fim para que ele as usa, a criação literária, como quando são usadas na cartomancia mais clássica.
Por outro lado, lá está, é um bocado gaveta de bugigangas, aquelas gavetas que toda a gente tem em casa e para onde vai atirando tudo o que não tem lugar nas outras. Está bem escrito, claro, e outra coisa não se esperaria de Calvino, apresenta num fogacho uma porção de personagens e de histórias que muitas vezes apetece descobrir melhor, mas, provavelmente por isso mesmo, esteve longe de me encher as medidas.
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