Suponho que seria pedir demasiado. Entusiasmado que estava com a forma como os primeiros contos deste livro fugiam aos clichés das histórias de fantasmas, alimentei a esperança, embora ténue, de que os restantes também o fizessem. Era demasiada esperança. Desfez-se agora, com este O Espectro (bibliografia) de Catherine Wells.
O conto não é mau. Mas é bastante previsível. A protagonista é uma miúda de catorze anos que está doente com gripe, presa à sua cama. Coisa por que todos passamos ao longo da vida. Nada, portanto, que deva causar grande aflição ou tristeza. Só que neste caso, há no casarão uma festa de família (e não só) em que a rapariga não pode marcar presença. Pior: um dos convidados de fora da família é alguém que ela sonhava conhecer; um ator famoso. Tragédia.
Mas pronto, o tio (a casa é do tio) tenta minorar a tragédia, trazendo o ator ao seu quarto para a conhecer. Durante a conversa, menciona-se que o ator vai disfarçar-se de fantasma para pregar um susto aos convivas, voltando a passar pelo quarto quando estiver disfarçado, para ela poder ver bem a qualidade dos disfarce. E é aqui que o conto se torna inteiramente previsível, passando o resto do texto apenas a seguir fielmente o guião que se antevê neste momento.
Não é um mau conto, como disse mais acima, mas está vários degraus abaixo dos primeiros. É razoável.
Contos anteriores deste livro:
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