domingo, 1 de setembro de 2019

Ademir Pascale: Rose: Assassina de Sonhos

Mais um conto de Ademir Pascale, mais uma Rose (ainda que haja ténues sinais de que talvez seja sempre a mesma... mas disso falarei noutro post). Esta vez é uma Rose: Assassina de Sonhos, e o conto não é tão fraco como o primeiro mas também não chega ao nível de qualidade do segundo. O principal motivo é, mais uma vez, a qualidade do próprio português.

E de novo, estamos perante de uma história de horror sobrenatural. O protagonista/narrador, que portanto conta a história em primeira pessoa, é um jovem que arranja emprego num alfarrabista, mesmo sem precisar grandemente disso, enquanto espera a publicação de um livro com o qual aparentemente conta ganhar dinheiro a sério. Mas as coisas não lhe correm como espera. Em boa parte porque se mostra seriamente estúpido. Estúpido? Estúpido como?

Porque logo no primeiro dia de trabalho no alfarrabista, o tipo encontra uma sala com uma espécie de altar satânico nas traseiras da loja, a dona da dita loja dá com ele nessa sala, fica furiosa e proíbe-o de se voltar a aproximar dela. E ele o que faz? Despede-se e vai embora sem olhar para trás? Ná! Amocha. E continua a trabalhar no alfarrabista, apesar de ir sendo cada vez mais maltratado pela patroa. Idiotice completa.

Claro que depois disso as coisas só podem ir de mal a pior, tanto mais que o rapazola em vez de se pôr na alheta fica curioso e vai meter o nariz onde não deve. Não há, portanto, grandes surpresas no desenrolar da história, o que contribui para fazer com que não haja também grande envolvimento emocional e muito menos horror. Assim, o conto teria de depender de um uso particularmente talentoso da linguagem para funcionar a contento, mas este deixa a desejar. O conto é, pois, fraco. Não chega a ser bastante fraco como o primeiro, mas é fraco.

Contos anteriores deste livro:

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