E para concluir o livro, uma pequena narrativa metaficcional, na qual Luis Bras, autor, se converte também em Luis Bras, personagem.
E este Ministério da Verdade é mais um pequeníssimo conto de ficção científica. Bras, personagem, está a escrever as últimas palavras do livro quando recebe um aviso no écran a informá-lo de que tudo não passa de um glitch cósmico. E assim, muito dickianamente mas com uma economia de palavras que é mais uma vez notável, põe em causa a realidade, incluindo a própria realidade do leitor. A realidade consensual, no fundo.
E bom, é? Bem, não creio que funcionasse noutro contexto qualquer: é daqueles contos intimamente ligados à publicação a que pertencem. Mas no contexto deste livro funciona em pleno; parece-me que dificilmente se conseguiria arranjar melhor forma para lhe pôr ponto final. Portanto sim, é bom.
Textos anteriores deste livro:
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