O Príncipe com Orelhas de Burro é outro dos contos da minha infância, embora tenha causado menos impacto no pequeno Jorge do que O Pequeno Polegar, de que aqui falei há pouco tempo. Mas, tal como aconteceu com o Pequeno Polegar, também tomei contacto com o príncipe numa versão bastante mais desenvolvida do que a que encontro nos livros de histórias populares que tenho andado a ler. Neste caso, no do Adolfo Coelho.
Fala a história, naturalmente, sobre um príncipe que tinha umas espampanantes orelhas de burro. E explica porquê: o rei andava triste por não ter filhos e pediu ajuda a três fadas que concordaram ajudá-lo; mas se as duas primeiras se contentaram com a convencionalidade dos atributos que deram à criança, já a terceira, não se percebe se por maldade ou matreirice, achou por bem dar-lhe as tais orelhas.
Umas peripécias atrás das outras, sempre com o fito de esconder dos súbditos que o herdeiro ao trono tem orelhas de burro, e tudo acaba por ficar em bem, como é natural neste tipo de história. Este é dos tais contos que dão pano para mangas de desenvolvimento, e neste caso esse desenvolvimento existiu mesmo, que o conto de que eu me lembro (vagamente, é certo) era bastante maior e mais complexo que a página e picos que ele ocupa nesta recolha. E também é conto que literariamente está bem mais elaborado do que muitos dos que o acompanham. Parece ser o padrão habitual nos contos recolhidos em Coimbra.
Contos anteriores deste livro:
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