Não sei se Por Ti, Pequenina foi conto escrito na mesma altura de Frio, Cada Vez Mais Frio, eventualmente parte do mesmo desafio (sei que a Carina Portugal participou num projeto que tinha numa das vertentes a produção de ficções sujeitas a tema e é possível que esta história esteja relacionada com isso). Mas parece-me claro que, quer tenha sido separada no tempo, quer seja contemporânea, a inspiração é idêntica.
De novo temos um tom delicodoce, a aproximar-se perigosamente da lamechice, uma criancinha moribunda e um brinquedo animado de uma vida secreta. Mas este conto pareceu-me um pouco melhor, por conseguir evitar até certo ponto algumas das armadilhas que este tipo de história tende a armar a quem as faz. Não muito melhor, até porque as tais fragilidades na escrita da autora continuam a cá estar, mas um pouco. O final é menos previsível, por exemplo, e o tom de tragédia, que também aqui é pesado, acaba por ser um pouco aliviado. Este é um conto mediano, bastante pior que o antecedente mas melhor que alguns dos outros contos do livro.
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