quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Lido: A Idade da Ignorância

Quem sabe quem é Braulio Tavares provavelmente conhece os títulos dos seus livros principais, e quem conhece os títulos dos seus livros provavelmente conhece o seu blogue, cujo nome é igual ao título de um deles, Mundo Fantasmo. E se conhece o blogue sabe mais ou menos o que poderá encontrar neste A Idade da Ignorância.

Já não é o caso hoje em dia, mas durante anos o blogue foi alimentado pela republicação de crónicas que o autor publicava no Jornal da Paraíba, e ao longo dos anos essas crónicas foram sendo selecionadas e compiladas em coletâneas. Esta é a terceira, e está composta por crónicas (no redondíssimo número de 100) que se debruçam fundamentalmente sobre ciência, tecnologia, filosofia, religião e literatura, e sobre as relações entre estas coisas. E quem conhece os livros do Braulio Tavares facilmente adivinha que a ficção científica marca presença em muitas destas crónicas. Não como ficção ou crítica, mas como exemplo, alusão temática, fonte de reflexão ou especulação, etc.

E são quase todas muito interessantes. Não que sejam textos com que se concorde integralmente, mas são quase todos estimulantes, cultos e provocadores. Têm, com alguma frequência, o defeito de como que apressarem um raciocínio para fecharem o texto, como se o autor estivesse com pressa de o concluir para não fugir ao limite de caracteres determinado pela coluna no jornal (e tenho quase a certeza de que era mesmo isso o que se passava), mas mesmo assim são raros os que deixam a impressão de coisa inacabada e quando isso acontece normalmente há uma crónica subsequente que a conclui.

Em suma, um livro bastante interessante, este, tendo como grande vantagem relativamente ao blogue, onde todas estas crónicas continuam livremente disponíveis, a agregação temática dos textos.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de idiotas. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.