quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Lido: A Princesa Abandonada

Um conto com quatro páginas e meia, mais a mais quando todas essas páginas consistem de um único parágrafo é, neste livro, um gigante.

Recolhido em Abrantes, mais a sul do que é habitual em Adolfo Coelho, que raramente sequer se aproximou do Tejo, A Princesa Abandonada é um conto particularmente elaborado, ainda que invulgarmente pobre no que toca às suas características puramente literárias. Este é outro dos tais contos que mostram bem como Coelho pouco ou nada retocou as histórias que recolheu (ao contrário dos Grimm, por exemplo), e quando conjugamos isso com o facto de o enredo desta história ser particularmente complexo fácil se torna perceber o quanto de mangas se poderia criar com o pano que ela apresenta.

Trata-se de mais um dos muitos contos em que um jovem é obrigado a passar por uma série de provas mais ou menos mágicas (e neste caso é mais, pois há poções e gigantes) para demonstrar o seu valor, acabando recompensado por isso. O jovem é filho duma princesa caída em desgraça (por completo; posta na rua pelo rei seu pai) por ter dormido e engravidado de um camareiro, e é o filho que ela dá à luz quem vai fazer provas de valentia e desembaraço, acabando casado com uma princesa.

Este é um conto interessante, muito mais pelo potencial que mostra do que pela sua realização em texto.

Contos anteriores deste livro:

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