terça-feira, 8 de outubro de 2019

Maria João Mesquita e Jorge Augusto Pópulo: O Paraíso Perdido

E ao texto número 13 deste livro, a primeira surpresa positiva. Em primeiro lugar pelo inesperado. O Paraíso Perdido (bibliografia), embora seja um poema, não é propriamente um poema; é um libreto de ópera. Depois, pelo facto de ser escrito a quatro mãos e mesmo assim ter solidez estilística. Naturalmente não sei como Maria João da Silva Gomes Mesquita e Jorge Augusto dos Santos Pópulo trabalharam esta colaboração mas, fosse como fosse, resultou. E eu nunca tinha visto um poema, essa forma literária intimista por natureza, escrito por duas pessoas. Finalmente, porque este é o poema mais bem escrito que aqui encontrei até agora.

Como é natural num texto com o título de O Paraíso Perdido, a inspiração aqui é bíblica. O poema-libreto como que narra as motivações por trás da queda de Lúcifer, explicando-as com o amor. Não é dos temas que mais me entusiasmem, mas os autores tratam-no de forma bastante superior a todos os textos que antecederam este. Julgo que o contraste o faz parecer melhor do que realmente é, mas mesmo sem contraste este poema seria sempre inteiramente publicável.

Textos anteriores deste livro:

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