quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Ângelo Brea: Estação Lunar Alfa

Para fãs de FC de uma certa geração, as palavras "Estação Lunar Alfa" trazem imediatamente à memória uma determinada base lunar, cenário de uma série de histórias decorridas (ou pelo menos iniciadas) no então futurista ano de 1999. É certo que as instalações da série se chamavam "Base" e não "Estação", mas a associação é óbvia, imediata, e mais se intensifica com a descrição que Ângelo Brea faz da sua estação logo a abrir esta noveleta. Há aqui clara homenagem. E isso, cá pra mim, é um ponto a favor que a história ganha logo à partida.

Mas não é o único, pois esta noveleta é bastante melhor do que a maioria dos contos lidos até agora. É certo que o estilo continua o mesmo (e continuará até ao fim, certamente; é o estilo de Brea) e não me agrada muito, mas não é menos certo que esse estilo se adequa bem a esta história de FC policial que consegue sustentar o interesse do leitor (ou deste leitor, pelo menos) de princípio ao fim.

Tudo se passa na Lua, claro. Na Estação Lunar Alfa acontece um assassinato, o primeiro desde que existe uma presença humana permanente no nosso satélite. Uma mulher aparece morta e o homem destacado para a estação como polícia, e que até aí se vira sem nada para fazer, vai começar a investigar o caso. E fá-lo com eficiência, a qual também existe na forma como Brea vai transmitindo aos poucos ao leitor a informação necessária. No fim, fica a sensação de um tempo bem empregue na leitura, mesmo que acabe por não haver nada de particularmente original na história, à parte a ambientação. Trata-se de um whodunnit bastante clássico, sob todos os aspetos, que calha ambientar-se numa base lunar. Mas o certo é que funciona.

Contos anteriores deste livro:

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