E voltámos às histórias com Mia Couto, mas não, pelo menos por enquanto, às histórias fantásticas, ainda que Balões dos Meninos Velhos até tenha um certo ambiente razoavelmente fantástico. Mas é só ambiente; não creio que seja suficiente, até porque nada de realmente extraordinário nela acontece. Só a ternura.
A ternura é uma das marcas da escrita de Mia Couto, mesmo quando escreve sobre coisas terríveis. Mas raramente predomina tanto como nesta história, sobre uma festa de natal num "asilo dos velhos", como ele lhe chama, onde há uma falha de comunicação qualquer e, em vez de coisas típicas da idade, os velhos recebem balões, brinquedos, bonecas, enfim, coisas para miúdos. E os velhotes, depois do choque inicial, acabam por se entregar àquelas coisas da infância e de ter a festa de natal mais agradável em muito, muito tempo. Contra ventos e marés.
Uma ternura de conto, este.
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