De regresso aos contos, aqui Mia Couto enche-se de humor, parecendo glosar a velha conversa sobre juntar a fome à vontade de comer. Sim, que Pela Gravata Morre o Tímido é uma história de amor, de certa forma, protagonizada por um ele que era tímido patológico, incapaz de entabular uma conversa que fosse com um elemento do sexo oposto, e por uma ela que era gorda e complexada, por isso convicta de que nenhum homem iria olhar duas vezes para ela.
São os amigos que os atiram para os braços um do outro e eles deixam-se atirar, a princípio com todas as dúvidas e inseguranças devidas à situação e às personagens, até que — lá está — a fome se encontra com a vontade de comer e cá vai disto. Não se sabe se viveram felizes para sempre, mas pelo menos o conto acaba em alta, por assim dizer.
Este não é dos melhores contos de Mia Couto, é certo; está até algo distante de o ser. Mas é divertido. E está, claro, muito bem escrito.
Textos anteriores deste livro:
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.