Quem tem lido estas notas sobre o Almanaque (e não só, na verdade) já sabe que tenho muito pouca paciência para textos que se baseiem na suposta excecionalidade de um fantasmagórico caráter português e por isso não deverá estranhar que uma história que praticamente começa com a afirmação de que a Síndroma de Super-Homem (bibliografia) "é tão velha quanto a história de Portugal" me faça imediatamente torcer o nariz. Com força.
E de facto o torção de nariz justifica-se. Há aqui um forte pendor para o "só neste país" em coisas banais e corriqueiras no mundo inteiro e em todos os povos, e eu depois de torcer o nariz revirei os olhos. Várias vezes. Por outro lado, os exemplos escolhidos por mais um pseudónimo evidente, Antero Soma Luco ("sou maluco" para os amigos) têm verdadeira piada, pelo que o conto não é mau. É um conto razoável que teria melhorado significativamente se o autor tivesse tratado defeitos da psicologia humana como defeitos da psicologia humana e não simplesmente como tuguices.
Ou talvez isto seja só a minha falta de paciência para histórias destas a falar e o conto seja melhor que razoável. É possível.
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