domingo, 7 de fevereiro de 2021

Magazine de Ficção Científica, nº 10

Disse-o na opinião sobre um dos contos deste número 10 do Magazine de Ficção Científica (bibliografia), versão brasileira da revista americana Fantasy & Science Fiction, e repito-o aqui: qualquer semelhança com a versão portuguesa é pura coincidência. Porque a brasileira foi muito melhor.

Não em termos de contos, entenda-se. Afinal, ambas têm o mesmo material de base, os contos publicados na revista americana, pelo que por aí não poderia haver grandes diferenças. Mas mesmo assim há, e com vantagem para o Brasil: enquanto a versão portuguesa se restringiu exclusivamente a esse material, a brasileira abriu as suas páginas a autores brasileiros.

No entanto, onde se nota mais a diferença é noutros pontos. As traduções, muito melhores nas edições brasileiras (mesmo com os seus defeitos); a impressão, incomparavelmente melhor nas edições brasileiras (mesmo usando um papel de pior qualidade). E por aí fora. As revistas brasileiras são mais revista, assumidamente, ao passo que as portuguesas tentam fazer-se passar por antologias. Tudo isto torna-as bastante melhores.

Por outro lado, claro, o que mais interessa em qualquer revista de contos são os contos propriamente ditos. E aí, não posso dizer que este número da MFC me tenha deixado realmente satisfeito. Não inclui nenhum conto que me tenha agradado sem reservas, à exceção de uma história extraordinária de Jorge Luis Borges... que tem o pequeno problema de eu já a ter lido várias vezes antes (e a última há muito pouco tempo). Tem um par de boas histórias mas todas elas vêm com um ou mais mas. Tem uma história má. E conclui com um artigo interessante de Asimov sobre a história da tabela periódica dos elementos. Das cinco histórias, eu já tinha lido duas, incluindo a mais extensa de todas, o que faz cair a pique o fator novidade. Mas não posso assacar à revista qualquer culpa por isso; quem me manda a mim ter lido tanta coisa?

Tudo somado, esta é uma publicação mediana, com algum interesse mas não muito, que deixou um pouco a desejar mas no fundo acabou por ser uma leitura razoavelmente agradável.

Eis o que achei dos contos desta publicação:
Esta revista foi comprada.

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